quarta-feira, 29 de março de 2017

Aprendendo a olhar com Cecília Meireles e Olavo Bilac

As aprendizagens são sempre mais produtivas quando estabelecemos relações com os nossos conhecimentos prévios e as nossas experiências. As bolsistas Bruna, Camila e Patrícia partem desse pressuposto nas práticas em sala de aula. A leitura da crônica "Arte de ser feliz", de Cecília Meireles, rendeu enriquecidos diálogos com as turmas, na semana passada. O assunto prosseguiu nesta última quarta-feira, 29 de março, com a retomada dos aspectos abordados no encontro anterior e uma discussão acerca da possível ligação entre a crônica trabalhada e um poema.
Nesse dia, trabalhamos com o soneto XIII da composição "Via-Láctea", de Olavo Bilac. Ao questionarmos os alunos se conheciam o poema, a maioria informou que não. Procedemos, então, com leituras silenciosas e orais e, em seguida, com discussões a respeito da estrutura do poema (estrofes, versos, rimas...), das marcações da presença do eu-lírico, dos diálogos presentes na composição, dos sentidos construídos com a leitura, entre outros aspectos.
Após explorarmos o poema, foi esclarecido o motivo da sua escolha. Questionamos, então, se os alunos verificaram alguma semelhança entre a crônica e poema. Em geral, as turmas identificaram as mesmas relações:

- Ambos os textos falam sobre janelas. A diferença, conforme brilhantemente pontuado por um aluno, é que, na crônica, eram observadas coisas terrenas por meio das janelas, diferente do poema, no qual o eu-lírico olha para o céu e para as estrelas.
- Os dois textos falam sobre percepções: na crônica, a narradora é criticada por algumas pessoas, por ficar observando o mundo pelas janelas, enquanto, no poema, o "amigo" do eu-lírico o chama de louco por conversar com as estrelas.
- A crônica nos fez refletir sobre "aprender a olhar", para enxergar o mundo sob outro ponto de vista; o poema fala que é preciso amar para ouvir e entender as estrelas.

Assim, os alunos puderam perceber que, muitas vezes, os textos dialogam entre si e que, quanto mais referências tivermos, mais seremos capazes de perceber essas relações. A partir da última percepção que eles mesmos tiveram, deixamos nossa mensagem de abertura para o nosso trabalho deste ano: que sejamos cada vez mais capazes de olhar, de ampliar nossos pontos de vista, de perceber o mundo à nossa volta.

Um comentário:

Unknown disse...

Excelente trabalho! Certamente, cada grupo muito evoluirá na sensibilidade e na ampliação de sua visão de mundo. Um abraço.